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Mostrando postagens de novembro 5, 2017

Medindo o poder da mídia com ciência

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A exposição de um assunto na mídia, mesmo que apenas através de veículos de pequeno ou médio porte, é capaz de modificar a opinião pública -- e se não chega a mudar as opiniões individuais dos membros do público, ao menos afeta o tom e o conteúdo da " grande conversação" da sociedade. Esse fenômeno, que até agora só havia sido captado indiretamente, foi quantificado num estudo ambicioso publicado na revista Science desta semana. Os autores, da Universidade Harvard e do MIT, inspirados nos protocolos usados para testar tratamentos médicos, desenvolveram um método para aplicar a "droga" de sua escolha (no caso, conteúdos jornalísticos específicos), de forma controlada e randomizada, à "população de tratamento" -- no caso, o público dos Estados Unidos. Os autores firmaram parceria com mais de 40 veículos de pequeno ou médio porte, que concordaram em produzir conteúdo a partir de um cardápio de 11 questões de política pública -- raça, imigração, empre

Lições de um fosfofracasso

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As autoridades sanitárias do Estado de São Paulo finalmente apresentaram ao público -- ainda que de forma limitada -- os resultados do teste, patrocinado por essa unidade da Federação, da chamada "fosfoetanolamina sintética" em pacientes de câncer. O desfecho foi considerado "desanimador " , e com razão: de mais de 70 pacientes envolvidos, apenas um mostrou sinais de progresso. Aqui, é importante notar que o estudo paulista foi feito sem grupo de controle , o que significa, em termos práticos, que qualquer sensação de melhora produzida -- por pura sorte, por uma mudança no ajuste do ar condicionado, por efeito placebo -- poderia acabar sendo atribuída, pelos groupies  do criador da "fosfo", à substância. E nem com essa ajuda o produto conseguiu algo de chamativo para mostrar. Muita gente se aferra à crença na "fosfo" por conta dos depoimentos das pessoas que acreditam ter sido beneficiadas pela cápsula. Uma das lições mais duras da história

Diversidade na pesquisa médica

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Estudo divulgado nesta segunda-feira, 6, pelo periódico Nature Human Behaviour  aponta que a presença de mulheres num grupo de pesquisa médica aumenta a probabilidade de o estudo conduzido incluir análises específicas sobre sexo e/ou gênero. "Estudos médicos que incluem mulheres, especialmente em posições de liderança, têm muito maior chance de discutir possíveis diferenças sexuais e de gênero no risco de doenças, prevenção e tratamento", diz a nota à imprensa divulgada pelo Grupo Nature sobre o trabalho, conduzido por pesquisadores de Stanford, nos Estados Unidos, e da Dinamarca. "Usando uma amostra de mais de 1,5 milhão de artigos de pesquisa médica, nosso estudo examinou a ligação potencial entre a participação de mulheres na ciência médica e a atenção a fatores relacionados a sexo e gênero em pesquisas específicas sobre doenças", escrevem os autores. "Mulheres são 40% dos primeiros autores em estudos que não incluem análise de sexo e gênero (ASG