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Mostrando postagens de abril 10, 2016

Este blog não vai curar seu câncer

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Uma objeção que encontro com frequência cada vez maior, toda vez que me posiciono sobre a histeria da fosfoetanolamina/"pílula do câncer" que vem se propagando com a cumplicidade irresponsável de parte da mídia e, agora, do próprio governo , é a de que "não se deve negar nenhuma esperança de saúde a pacientes de câncer". A frase, e variações que dizem em essência  a mesma coisa, é postada em redes sociais e aparece em caixas de comentário, muitas vezes acompanhada da insinuação -- ou a acusação direta -- de que só um monstro insensível ou um tecnocrata arrogante com uma planilha Excel no lugar do coração poderia pensar em negar a um doente "uma chance de cura". O que há de errado nesses apelos ao sentimento? Duas coisas. Primeiro, ele deixa em aberto o ponto crucial de quem decide o que é "esperança de saúde" ou "chance de cura". Basta dar na EPTV? Se eu sair por aí falando que as romãs do meu jardim curam câncer, isso vira uma &q

"Fosfo" sancionada: golpe nos outros é refresco

O Estado brasileiro -- e este é um ato de Estado, já que contou com a cumplicidade das duas Casas Legislativas, da Presidência da República e, anteriormente, de setores expressivos do Judiciário -- acaba de abraçar a aclamação popular como critério para a liberação de medicamentos. Com a canetada final da (ainda) presidente da República Dilma Rousseff, publicada no Diário Oficial da União , o Brasil volta aos tempos das sangrias, dos purgativos à base de metais tóxicos e dos calmantes para cólica infantil feitos de álcool e morfina: à época, enfim, em que a presença de um medicamento no mercado não era ditada por critérios de segurança e eficácia, mas pelo poder de marketing do fabricante e pela convicção popular. A partir desta quinta-feira, 14 de abril de 2016, é legal " uso da substância fosfoetanolamina sintética por pacientes diagnosticados com neoplasia maligna", bem como "a produção, manufatura, importação, distribuição, prescrição, dispensação, posse ou uso da

Simulação produz ribose em gelo de cometa

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Ribose, um açúcar essencial para a estrutura do RNA, pode ser produzido no espaço por meio da irradiação de pedaços de gelo cósmico com a luz das estrelas, afirma artigo publicado na revista Science .  “A ribose é a subunidade molecular central do RNA, mas sua origem abiótica é desconhecida”, lembram os autores, vinculados a instituições da França, México e Dinamarca. O RNA é essencial para a vida como existe na Terra, e cientistas acreditam que essa molécula pode ter desempenhado um papel fundamental na própria origem de nossa biosfera.  O artigo prossegue: “Observamos a formação de quantidades substanciais de ribose e de uma diversidade de açúcares estruturalmente relacionados” entre os resíduos orgânicos obtidos em um gelo, produzido em laboratório, análogo ao existente no espaço interestelar, depois de o material ter sido tratado com radiação ultravioleta e aquecido. Esses resultados, lembram os autores, são consistentes com análises da superfície glacial do cometa 67P/Chur