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Mostrando postagens de julho 15, 2012

Mas o que caiu em Roswell, mesmo?

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Estamos em julho, o que significa que chegou a hora de faturar uma grana fácil em cima do "Evento Roswell": por exemplo, este ex-agente da CIA que, por acaso, tem um livro sobre conspirações governamentais para promover. O mês marca o aniversário da maior bola fora de relações públicas de todos os tempos, quando, em 1947, um tenente da Força Aérea americana (na época, ainda chamada de "Força Aérea do Exército", ou AAF) divulgou um comunicado à imprensa dizendo que os destroços de um disco voador haviam sido recuperados numa fazenda da cidade de Roswell, no Novo México. Um dia depois um desmentido formal foi emitido, afirmando que os restos recolhidos eram de um balão meteorológico, mas aí a bomba-relógio já estava armada, e a expressão "balão meteorológico" se viu a meio-caminho de virar sinônimo de "desculpa esfarrapada". A bomba, no entanto, não estourou de imediato. Foi preciso esperar até o fim da década de 70, quando um dos três hom

Não quero ser Guimarães Rosa. Sou escritor?

Não sou muito de filosofar sobre literatura. Minha impressão é a de que escrever (e ler) ficção é meio como fazer sexo -- um negócio privado onde as únicas coisas realmente importantes são o caráter consensual e a satisfação mútua. Sempre que vejo alguém teorizando sobre se o escritor deve "procurar o público" ou "buscar a academia", se o importante é "contar uma boa história" ou "debruçar-se sobre a materialidade da linguagem", a coisa toda me parece tão estéril quanto um debate sobre o que é melhor, papai-mamãe ou coito anal. Cada um faz o que gosta, ora bolas, e embora sugestões de fora possam, eventualmente, até indicar possibilidades interessantes, é no mínimo patético esperar que tenham algum tipo de caráter normativo. O parágrafo acima é um disclaimer para o fato de que agora vou, contrariando meus instintos mais profundos, filosofar sobre literatura. Mais precisamente, filosofar em torno da questão de por que a maioria das definições c