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Mostrando postagens de janeiro 29, 2012

Birlstone, Conan Doyle e a mãe de todos os spoilers

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Só para lembrar: neste sábado, 4 de fevereiro, a partir das 15h30, na Livraria Martins Fontes da Avenida Paulisa, haverá o lançamento da antologia de contos Sherlock Holmes - Aventuras Secretas , da Editora Draco, que co-organizei com Marcelo Augusto Galvão, e da qual participo como autor de um conto e da introdução. E é sobre a introdução que quero falar aqui. Nela, menciono que no romance Vale do Terror , última narrativa longa estrelada por Holmes, Arthur Conan Doyle traz ao mundo* o "Gambito Birlstone", uma manobra dee prestidigitação narrativa que permite virar o enredo de um romance de mistério de ponta cabeça bem diante dos olhos, estupefatos, do leitor. Lá eu não digo o que o gambito é , mas apenas afirmo que ele já virou uma espécie de clichê. Ellery Queen, por exemplo, usou-o à exaustão em seus romances iniciais, sempre com novas e criativas variações mas, em essência, retornando à marcação estrita deixada pelo mestre britânico. E em seu romance The Viaduct Mu

Vídeo do lado oculto da Lua

Acho que já escrevi isso antes, mas vamos lá: a despeito do que o Pink Floyd possa pensar, a Lua não tem um "lado escuro" (onde nunca bate Sol) mas um "lado oculto" (que nunca vemos). Quando é Lua Nova aqui, o Sol está brilhando sobre o lado oculto. A lua tem áreas escuras, no fundo de crateras próximas aos polos, mas isso é outra coisa.  As primeiras imagens do lado oculto foram feitas por sondas russas, na época em que parecia que os soviéticos tinham chance de bater os americanos na Corrida Espacial. Agora, pare para pensar nisso: um hemisfério inteiro da Lua, nunca antes visto por nenhuma criatura terrestre, revelado pela primeira vez, milhões de anos após o surgimento dos primeiros seres vivos capazes de contemplar os céus, graças ao esforço de meros seres humanos . Se isso não traz lágrimas aos seus olhos, suma daqui. Agora. E não volte mais. O vídeo acima é uma animação feita a partir de imagens do par de sondas Grail , da Nasa. Apelidadas de "

Que tal cobrar pela sacola plástica?

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Moro em Jundiaí (SP), cidade que se arroga a posição de primeira no país (ou no Estado?) a abolir a distribuição de sacolas plásticas em supermercados. Vocês, meus leitoras mais cosmopolitas, não imaginam como foi duro aguentar o chapabranquismo da mídia local -- "Capital paulista se curva à política sustentável de Jundiaí", etc. -- quando a tal da lei das sacolinhas foi aprovada e finalmente entrou em vigor em São Paulo. Acho que ninguém nega que as sacolinhas plásticas comuns são um pepino ambiental. São feitas de petróleo, duram para sempre, entopem bueiros, poluem rios, vão para o mar e acabam indo boiar na Grande Mancha de Lixo do Pacífico , onde eventualmente acabam asfixiando até a morte algumas pobres tartarugas marinhas de espécies ameaçadas de extinção (mais detalhes no livro World Without Us ). (Ou talvez não: um blog em defesa das sacolas cita  um artigo curioso a respeito no Times de Londres .) Do ponto de vista amplo e abstrato, portanto, abolir as saco