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Mostrando postagens de julho 17, 2011

Interpretando a relação entre celulares e câncer...

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Como de costume, o xkcd matou a pau:

Exploração do espaço: homem ou máquina?

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Muita coisa se escreveu sobre o fim da era dos ônibus espaciais, mas -- talvez seguindo a linha de que dos mortos não se fala mal -- poucos comentaristas se esforçaram em pôr os frutos da exploração espacial tripulada em contraste com os resultados das sondas robóticas. Eu resolvi, então, elaborar um breve ranking : Maior distância viajada Astronautas: Missão Apollo 13, que chegou 254 km de altitude sobre o lado oculto da Lua, ou 400.171 km da Terra. Sondas: Voyager 1, que está a mais de 17 bilhões de km da Terra. Corpos celestes visitados Astronautas: Lua. Sondas:  Todos os planetas do Sistema Solar, incluindo diversos pousos bem-sucedidos na Lua, em Marte e em Vênus, o Sol, asteroides e cometas. Descobertas científicas   Astronautas: rochas lunares; várias descobertas sobre o funcionamento do corpo humano, principalmente em condições de microgravidade; "spin-offs" tecnológicos para a Medicina e os esportes, derivados dos trajes espaciais e dos sistemas de

Resolvendo o enigma de Rapunzel

Óquei, folks, aqui vai a solução para o enigma apresentado na postagem de quarta-feira cedo . O que segue abaixo é, portanto, um "spoiler", então pare de ler agora , se você ainda quiser tentar resolver o problema. Certo? Recapitulando: um ferreiro (de 90 kg), uma princesa (de 50 kg) e uma menina (de 40 kg) estão aprisionados no alto de uma torre. O único jeito de descer é um elevador rudimentar, feito de uma polia, uma corda e dois cestos, um em cada ponta da corda. O elevador é capaz de fazer uma descida confortável até o solo apenas se a diferença de peso entre os cestos for 5 kg. Espalhados pelo chão da cela, há 13 pedaços de corrente, cada um pesando precisamente 5 kg. Como o ferreiro consegue escapar, levando as duas jovens? Vamos lá: 1. O ferreiro põe uma corrente num dos cestos, que desce; outro sobe, vazio. 2. No que subiu, ele põe duas correntes, esse então, desce, trazendo de volta o cesto original, contendo 5 kg. 3. Ele continua a fazer isso -- po

Antes do Big Bang?

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A ideia de um multiverso -- isto é, de que o que chamamos de "Universo observável", tudo que existe entre nós e o horizonte da radiação de fundo deixada pelo Big Bang, é apenas um exemplar dentre muitos (possivelmente infinitos) outros -- anda me perseguindo, ultimamente. Confesso que fui eu quem começou a persegui-la, quando peguei para ler, no início do ano, o mais recente livro de Brian Greene, The Hidden Reality: Parallel Universes and the Deep Laws of the Cosmos , que já mencionei anteriormente . Mas o conceito reapareceu, um tanto quanto inesperadamente, em The Fallacy of Fine Tunning , de Victor Stenger (que comentei aqui ). Stenger diz que Universos paralelos não são necessários para explicar o aparente "ajuste fino" das leis da natureza que permitem a existência de vida como a conhecemos, mas também não vê razão para rejeitá-los a priori . Avaliação que me veio à mente por conta de um debate que está rolando no site em inglês da Scientific American ,

A Bolha de Magalhães

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O Observatório Europeu Sul (ESO) obteve a imagem acima da nebulosa N 44, na Grande Nuvem de Magalhães. A película da "bolha", com diâmetro médio de 280 anos-luz, brilha por conta dos raios ultravioleta emitdos pelas estrelas recém-nascidas do aglomerado NGC 1929. A bolha é formada pela combinação de ventos estelares, que gentilmente assopram o gás para lomnge das estrelas, e supernovas, explosõs que fornecem um impulso não tão "gentil". Em torno das bordas da bolha, novas estrelas estão nascendo, a partr da compressão do gás. O Sol prvavelmente surgiu de uma interação semelhante, ocorrida há mais de 4 bilhões de anos.

Plutão tem mais uma lua!

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A Nasa anunciou agora há pouco que o Telescópio Espacial Hubble encontrou mais uma lua em torno do (ex-)planeta Plutão. O novo astro, provisoriamente chamado P4, é o quarto satélite de Plutão. O planeta-anão tem como principal lua Caronte, além de outros dois satélites previamente descobertos, Nix e Hidra. A lua P4 é bem pequena: tem diâmetro máximo estimado em 34 km, contra 1.043 km de Caronte, e cerca de 100 km para Nix e Hidra. O próprio Plutão tem um diâmetro de pouco mais de 2.000 km -- de fato, Caronte não gira em torno de Plutão: na verdade, as duas rochas geladas orbitam um centro de gravidade comum. O Hubble avistou P4 a uma distância de 5 bilhões de quilômetros da Terra. O telescópio já havia descoberto Nix e Hidra em 2005, e obtido a primeira imagem definida de Caronte em 1990. Em 2015, a sonda New Horizons, da Nasa, deve passar por Plutão: ela será o primeiro objeto criado pelo homem a visitar o planeta-anão. De acordo com a Nasa, é possível que todo o sistema for

Rapunzel matemática: um passa-tempo

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Este aqui é um probleminha que adaptei do livro The Moscow Puzzles, um clássico da era soviética, de autoria de Boris Kordemsky. É minha contribuição para a procrastinação nossa de toda quarta-feira: Um príncipe malvado havia decidido dar a filha em casamento para o rei de um país vizinho. A moça, no entanto, estava apaixonada pelo ferreiro do principado e, com a ajuda de uma aia, tentou fugir com ele. Infelizmente, os três foram capturados por soldados. Furioso, o príncipe ordenou que os três fossem aprisionados no último andar de uma torre ainda inacabada, para aguardar execução. Os operários que trabalhavam para dar os toques finais na obra receberam ordens de partir, e soldados foram colocados na porta. Olhando pela janela, o impávido ferreiro viu que a torre era realmente muito alta, e que seria impossível descer em segurança. No entanto, ele reparou que, na pressa de partir, os operários tinham deixado um elevador rústico montado do lado de fora da janela -- uma corda que p

Paradoxo da pedra, revisitado

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Acho que todo mundo que já se meteu numa discussão sobre a existência de Deus conhece o "Paradoxo da Pedra": Seria Deus capaz de criar uma pedra tão pesada que nem mesmo Ele conseguiria levantar? O propósito explícito do paradoxo é expor o conceito de Deus como incoerente e, portanto, demonstrar que uma coisa que se enquadre nesse conceito não pode existir. (Há muita confusão em torno da batida máxima de que "não se pode provar que algo não existe". Na verdade, negativas são provadas o tempo todo, por exemplo, na matemática: entre outras coisas, é possível provar que não existe um número par maior que 2 e menor que 4.) A defesa clássica contra o Paradoxo da Pedra é a de que não se deve esperar que Deus viole as leis fundamentais da lógica. A linguagem geralmente usada é a de "tarefas": não se deve esperar de Deus a realização de tarefas intrinsecamente contraditórias (como, digamos, criar um número par maior que 2 e menor que 4), porque, sendo contradi

Festa em Vesta!

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Neste fim de semana, a sonda Dawn, da Nasa, entrou em órbita do asteroide (ou "protoplaneta") Vesta. A partir do início do mês que vem, a Dawn inicia um ano de estudos de Vesta, antes de partir para examinar o planeta-anão Ceres. Tanto Vesta quanto Ceres ficam no cinturão de asteroides ente Marte e Júpiter. O aparelho já obteve algumas imagens de seu alvo atual: Parece uma pedra meio sem-graça, eu sei, mas Vesta, com 530 km de diâmetro, é considerado um protoplaneta -- a semente a partir da qual um planeta legítimo poderia ter crescido, se algumas coisas tivessem ocorrido de forma diferente nos primórdios do Sistema Solar. A Nasa acredita que o pleno desenvolvimento de Vesta foi "abortado" pela presença de Júpiter na vizinhança. Em seu estado atual, Vesta oferece uma janela para o passado -- é uma espécie de embrião planetário fossilizado.  Não é à toa que a sonda criada para estudar esse asateroide/protoplaneta se chame "Dawn", inglês para "al